“O improvável não é impossível quando há amor e comprometimento a favor do desenvolvimento social”. Esta afirmação traduz a história de Rodrigo Dias Jesus, um jovem com, atualmente, 30 anos, oriundo de uma família humilde da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Aos três anos de idade, Rodrigo perdeu a mãe e o pai o abandonou. Por essa razão, o jovem, junto aos seus quatro irmãos, foi morar na casa de seus tios avós para residir junto a mais quatro primos. Foi um período difícil em uma nova casa, como filho adotivo.
Aos 16 anos, Rodrigo começou a vender doces e pedir salgados a serem descartados pela padaria, uma vez que não havia o que comer em casa. Foi então, nesse período, que o jovem conheceu Rogério Werneck, diretor da BOLAR, um projeto de práticas de basquetebol. “Desde o primeiro momento, me identifiquei com o Rogério. Sempre com bons conselhos, ensinando como lidar com as minhas situações difíceis, preocupado com a vida de cada aluno, mostrando a realidade da vida que muitos não se preocupam em demonstrar. Em vários momentos me ajudou financeiramente”, revela.
Os anos se passaram e Rodrigo começou a trabalhar, dividindo seu tempo no time de basquete da Universidade Moacyr Bastos, localizada no centro de Campo Grande/RJ. “Consegui passar no teste e, em 2009, iniciei os estudos em Direito. No semestre seguinte, infelizmente, a direção da universidade resolveu acabar com o time e com as bolsas. Com isso, tive que trancar minha matrícula no curso e passei o ano de 2010 inteiro sem estudar”, afirma.
Em outubro de 2010, Rodrigo começou a atuar na área de vendas de veículos e, em janeiro de 2011, retornou aos estudos na Universidade Estácio de Sá. Inesperadamente, vieram as dificuldades financeiras, já que a comissão das vendas caiu significativamente na época, o que impediu de pagar as mensalidades do curso. O jovem contraiu dívidas e não via de onde tiraria recursos para pagá-la e continuar estudando.
Certa vez, em conversa com Rogério, foi perguntado como estava o andamento na faculdade. Foi então que Rodrigo respondeu que teria que trancar o curso de Direito por não haver condições de pagar as mensalidades. Prontamente, Rogério o ajudou e, logo em seguida, apresentou o Instituto da Criança que, em parceria com a Universidade Estácio, complementou 50% de bolsa de estudos, o que possibilitou o jovem de realizar seu sonho. “Essa conquista foi muito importante, pois sem ela eu não teria condição alguma de me formar e me tornar o primeiro membro da minha família com Ensino Superior e isto é um grande orgulho. Por fim, só tenho a agradecer a Deus pelo privilégio de ter conhecido pessoas maravilhosas, dentre elas o Rogério, já que sem o qual não teria acesso ao Instituto da Criança e me ofereceram essa oportunidade. Torço para que a parceria entre o Instituto da Criança e a Universidade Estácio continue realizando o sonho de muitos jovens como eu que, mesmo com inúmeras dificuldades, sonham em se formar e mudar a história de suas famílias, além de contribuir na transformação do cenário da juventude brasileira”, complementa o bacharel em Direito.
Rodrigo se formou no 1º semestre de 2016 e, atualmente, trabalha no Escritório de Advocacia Chalfin, Goldberg, Vainboim & Fichtner.